Japoneses estão entre os primeiros que DESCOBRIRAM a Zona Franca de Manaus

Fonte: 
Zona Franca de Manaus
Publicação: 
26/07/2015

Japoneses estão entre os primeiros que 'descobriram' a Zona Franca de Manaus

Empresários viram no polo industrial possibilidades de crescimento nos negócios e de conquistas a novos mercados

MANAUS - Primeiros investidores estrangeiros a chegarem à Zona Franca de Manaus (ZFM), na década de 70, os japoneses trouxeram, junto às suas empresas, o desenvolvimento econômico e tecnológico à capital amazonense. Atualmente, as fabricantes nipônicas são responsáveis por 25% do faturamento do Polo Industrial de Manaus (PIM) e ainda respondem por uma fatia de 20% da geração de empregos do distrito industrial, o que corresponde a 30 mil postos de trabalho distribuídos entre os segmentos de duas rodas, eletroeletrônico, farmacêutico, relojoeiro e de ar-condicionado.

O diretor-presidente da empresa Sakura Exhaust do Brasil Ltda., Hisashi Umetsu, conta que chegou a Manaus no início da década de 80, época em que trabalhava na fábrica, também japonesa, Sony Brasil. Ele veio à capital para ajudar no processo de fundação da Sony no PIM e relata que antes de chegarem à ZFM, as indústrias japonesas atuavam, majoritariamente, na região Sudeste do país nas cidades de São Paulo, São José dos Campos e Guarulhos.

De acordo com Umetsu, os incentivos fiscais viabilizados pelo modelo ZFM atraíram a atenção dos empresários, que viram no polo industrial possibilidades de crescimento nos negócios e de conquistas a novos mercados. “É vantajoso estar instalado na ZFM. Aqui temos acesso a incentivos fiscais, o que nos possibilita oferecer o bem final a preços compatíveis ao do mercado”, avalia.

O empresário relata que a primeira empresa japonesa a se instalar em Manaus foi a Sanyo da Amazônia, em 1973, com a produção de eletroeletrônicos. Segundo Umetsu, ao chegarem à capital amazonense, os japoneses além de contribuírem com a geração de emprego e renda, também fornecem a tecnologia desenvolvida no Japão. O empresário conta que entre as décadas de 70 e 90 o processo produtivo era desenvolvido manualmente por meio de operadores que atuavam na linda de montagem na inserção de componentes eletrônicos.

Hoje, ele explica que esse trabalho ainda acontece, mas em escala bem reduzida porque boa parte das inserções é automatizada. “A indústria que vem para Manaus não explora somente a mão de obra local, mas também transfere a tecnologia elaborada no Japão. Fazemos altos investimentos que geralmente são compensados ao longo dos anos de atividades. Apostamos no crescimento do mercado brasileiro”, declara.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, considera que as indústrias nipônicas são responsáveis por 25% do faturamento do PIM. Ele ressalta que há 20 anos as companhias de capital japonês são responsáveis por um quarto do faturamento e também pela variação entre 18% a 20% na geração de empregos na capital, com cerca de 30 mil postos de trabalho. “Sem as empresas japonesas a ZFM não existiria. Podemos avaliar o peso dos investimentos japoneses no PIM ao compararmos o faturamento de apenas cinco empresas japonesas em relação ao faturamento total de 500 empresas instaladas no polo”, avalia. “Os japoneses agregam tecnologia e gestão ao PIM. São mestres em administração da produção com qualidade, redução de desperdícios e preservação do meio ambiente. Também investem continuamente em tecnologia e inovação”, completou.

Silva afirma que atualmente o distrito industrial de Manaus abriga 35 empresas de origem japonesa pertencentes aos segmentos de duas rodas, eletroeletrônico, ar-condicionado, farmacêutico e relojoeiro. Deste total, 19 compõem o segmento do polo duas rodas que tem entre outras empresas os grupos Moto Honda e Yamaha. Entre as fabricantes que atuam na produção de eletroeletrônicos estão: a Panasonic do Brasil, Pioneer do Brasil, Sony Brasil e Hitach Ar Condicionado do Brasil. Há empresas fabricantes de máquinas fotográficas como a Canon Indústria de Manaus, Fujifilm do Brasil, Konica Minolta Business Solutions do Brasil; e ainda as fabricantes de relógios que são: Orient Relógios da Amazônia e a Citizen Watch do Brasil. No ramo farmacêutico está a Hisamitsu Farmacêutica do Brasil.

Sakura se prepara para construir prédio próprio

Sakura Exhaust do Brasil Ltda. está instalada em Manaus há 7 anos e é responsável pela fabricação de escapamentos utilizados em todos os modelos de motocicletas da marca Yamaha. O investimento feito na instalação da empresa na cidade foi de R$10 milhões e a previsão é que nos próximos anos, a curto prazo, a indústria faça um investimento de mais R$20 milhões, valor que será empregado na construção do prédio próprio da fabricante. “Já temos o local onde o prédio será construído. Os primeiros recursos empregados na fábrica foram destinados à instalação de equipamentos e maquinário”, disse o diretor-presidente, Hisashi Umetsu.

A empresa emprega 160 colaboradores. Entre o mês de agosto de 2014 até este ano a empresa reduziu cerca de 30% do quadro funcional, que anteriormente era composto por 230 pessoas. A partir de agora, o empresário descarta novas demissões. “As reduções que precisávamos fazer já fizemos. Os cortes são necessários porque precisamos garantir a atividade da empresa”, conta.

Para Umetsu, a principal dificuldade de atuação no PIM está relacionada às questões trabalhistas. Ele explica que fatores como a imunidade dos funcionários ligados à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), que legalmente ficam livres de demissões durante 2 anos, prazo que pode ser prorrogável caso o funcionário seja reeleito na comissão; funcionários terceirizados que recorrem à justiça trabalhista em caso do não recebimento dos ordenados corretamente, problema que é direcionado à contratante e fabricante; assim como os ex-funcionários que ao deixarem a empresa alegam à justiça que adquiriram problemas de saúde, em busca de indenizações trabalhistas.

“Ao serem eleitos para a Cipa, os funcionários começam a faltar, alegam problemas de saúde e até mesmo dos familiares, que precisam acompanhar, e não podemos tomar nenhuma medida. Por outro lado, as empresas terceirizadas não respondem por falta de pagamentos e a contratante é que tem que arcar com a solução do problema. Sempre precisamos estar munidos de documentação que comprove o contrário ao que está sendo dito pela pessoa em questão. Tentar contornar essas questões é algo desgastante”, comenta.

-Jornal do Commercio Reporte.Priscilla Caldas- Dias 14 e 15 de Junho de 2015

 

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